sábado, abril 28, 2012

Casa comigo

Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo.
A mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada...
A mais bem comida.
E a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada. 
E a mais festas, viagens, jantares...
Casa comigo que te faço pessoa mais realizada profissionalmente. 
E a mais grávida e a mais mãe.
E a pessoa mais as primeiras discussões.
A pessoa mais novas brigas e as discussões de sempre.
Casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo.
Te faço a pessoa mais solitária com um filho pra criar do mundo. 
A pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas. 
A mais reconstruiu sua vida.
A mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente...
Casa comigo que te faço a pessoa mais “casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo".

Melamed

sexta-feira, abril 27, 2012

Bringin' sexy back


Dia desses resolvi divulgar pra alguns amigos este blog. Não faziam nem ideia que eu escrevia qualquer coisa em algum lugar. Então uns e outros entraram, leram e comentaram.

Ouvi o seguinte questionamento: "porque não escreve sobre sexo? Você fala tanto de sexo mas não escreve sobre isso. Seus textos seriam mais interessantes."

Ok. Desde então tenho pensado sobre isso e realmente não entendo porque nunca consegui ou sequer tentei escrever sobre um assunto que domino tão bem em rodas sociais e conversas despretensiosas entre amigos? Sempre fui boa em redações. Dê-me um tema e escreverei em trinta linhas. Mas... com uma vida sexual tão ativa como a minha, terei que contar histórias alheias e parar com o posts de melancolia depressiva.

Mas outro amigo me alertou sobre a exposição que seria escrever sobre sexo. Disse: "texto sobre sexo tem que ficar na gaveta". Sabem o que respondi? Nem ligo. Poucas vezes me importei com a opinião alheia.

Pois é, socializo falando putaria, sou verborrágica, mas não sei expressar o que falo tão espontaneamente... por escrito. Mas ao menos pensarei no caso e verei se consigo passar meus pensamentos impuros, toda a ruindade que carrego na mente para os posts deste humilde e negligenciado blog.

Creio que nunca chegarei aos pés dos incríveis relatos de minhas amigas do extinto blog "Nem Jesus Salva", mas posso tentar.

quinta-feira, abril 19, 2012

Foi meu eu-lírico virtual

É virtual. É inventado. Tudo o que você conhece foi escrito a duas mãos. Partiu do meu eu-lírico virtual. Na internet todo mundo pode ser o que quiser. Criamos personagens de nós mesmos. Caricatos. Exagerados em qualidades, defeitos e sentimentos. Daí existir tanto drama, tanta alegria efusivamente estampada, tanta força de mártires que protestam virtualmente por seus ideais, praticantes de boas ações no plano bidimensional, expressivos na cadência dos bits. Vidas se passam, amizades verdadeiras se formam, relacionamentos começam e terminam. Aqui você encontra, por vezes, mais diversão que amigos com cerveja, mais apoio que colo de namorada, mais orientação que padre, psicólogo, ou conselho de mãe, mais solução que decisão. Amigos se reúnem para um chat. Nos abrimos com desconhecidos e semi-conhecidos. Superficial, artificial, digital, surreal. A vida segue e se descreve em códigos binários. Zero e um. Traduz tanta coisa. Qualquer coisa. Que coisa! Cores, expressões, movimentos, luz e som. Janelas que se abrem e fecham. Cada um diz o que lhe condiz. Personagens de sua própria história. Aquela que você vive e cria ao mesmo tempo. Tão irreal que chega a ser verossímil! Somos quem podemos ser. Somos o que queremos ser. Enquanto lá fora da tela se vive, aqui se cria. A verdadeira sociedade alternativa, do mundo paralelo virtual. Que vez ou outra se materializa. Deixa o digital e se torna digitável, palpável, tangível... Real?


terça-feira, abril 17, 2012

Semelhantes se atraem

Como as coisas clareiam com o tempo...


Às vezes me sinto uma idiota por me importar tanto com as pessoas. Ficar do lado de alguém que te trata mal, com indiferença ou com menos consideração do que gostaria ou acha que merece, acreditando que ela precisa de você mais do que você precisa dela. Mas continuo a fazer muito pelos outros sem esperar nada além de consideração, respeito, amizade. 

Não canso de ser amiga para todas as horas, de ser pau pra toda obra. Mas sinto falta de alguém com a mesma disposição. Uma pessoa companheira de verdade. Com não poucos, mas muitos gostos em comum. Quem disse que opostos se atraem, errou em algum ponto. Acho que opostos atraem, sim. Atraem curiosidade, mas também atraem a discórdia. E como adoro discordar... Ser do contra é um exercício que pratico diariamente. 

Sim, opostos atraem minha curiosidade. Não só isso... O diferente atrai meu desejo, desperta sentidos... Vejo graça nas diferenças, na falta de jeito, no embaraço, nos defeitos e nas perfeições que não tenho. Mas também acredito que, muitas vezes, as qualidades que vemos no outro, na verdade, são as nossas próprias qualidades. O que acreditamos admirar no outro não passa de projeção. Projetamos o tempo todo nossas próprias qualidades e defeitos. Admirando espelhos de nossa personalidade. Ah como eu me amo! E adoro conhecer pessoas semelhantes, com ideias parecidas com as minhas, para convergir pensamentos.

Semelhantes se atraem.
Semelhantes me atraem.

sábado, abril 14, 2012

Gente feliz me cansa

Observando os últimos livros que andei comprando, comecei a perceber que desenvolvi um gosto por textos autobiográficos. Por mais egocêntricos que estes autores possam ser, é bom identificar alguma coisa naquela vida, naquela história, com a minha própria trajetória, ou quem sabe imaginar como teria sido se eu tivesse passado por tais situações.

Gosto disso, eles escrevem sobre si mesmos, muitas vezes sequer disfarçam trocando nomes de seus personagens, assim como eu aqui escrevo. Mas as pessoas só querem ler coisas positivas, histórias de ficção com final feliz, flores amarelas, corações, vidas em cor de rosa. Por isso esse blog não tem leitores, (fora os amigos que nas minhas fases de maior carência são praticamente forçados a ler e comentar) pois não perco tempo me esforçando para agradar a esse público "Caio F. Abreu" .

Estou muito cansada dessa falta de realidade. Será que essas pessoas são mesmo felizes o tempo todo? Que coisa mais chata essa pregação de positivismo combinada com autoajuda motivacional. Confesso que às vezes preciso ler algo que me faça sorrir e acreditar... acreditar no amor, na felicidade pura e simples, em dias melhores. Mas acredito ainda mais que o melhor vem de mim. Minha felicidade depende muito mais do meu esforço e comprometimento com meus próprios sonhos que com o acaso. Eu faço por mim mesma, eu corro atrás do que me motiva, realiza e torna mais feliz. Sejam amigos, lugares ou momentos.

A riqueza material nunca foi uma motivação, mas não tarde demais me dei conta que ela é necessária para alcançar meu bem maior: a liberdade. Essa independência tão urgente e necessária. Não tardará e conseguirei alcançá-la. Mas até lá, não esperem ver por aqui mensagens de otimismo e fofuras de um amor idealizado. Se o agora é um penoso e árduo caminhar, continuarei a expor essas feridas, e secar o suor nas folhas de papel. E ignorar toda essa avalanche de arco-íris e borboletinhas enjoativas. Eca.

sexta-feira, abril 13, 2012

Mentira tem perna curta

Você precisava mesmo mentir sobre isso, pois deve ter imaginado como eu me sentiria um lixo. Afinal, é com ela que você anda de mãos dadas à luz do dia, é ela que você apresenta aos seus amigos e com quem sai nos finais de semana, enquanto a mim são reservados encontros furtivos.

Uma foto foi o suficiente para ver sua alegria estampada ao lado de outrem. Aquela pessoa à qual você se referiu como "apenas uma amiga".

O que mais dói é perceber que apesar de tudo que você sempre disse procurar numa mulher, você prefere estar com uma garota, com a qual existe um óbvio abismo de distância - seja em termos de idade cronológica e mental, seja a nível cultural - a estar comigo.

Você sempre declarou ver tantas qualidades em mim, mas é com ela que você tem um aparente relacionamento de verdade, ou quase isso. Acredito que ela seja especial, uma boa garota, boa companhia... Mas o que você queria comigo, afinal?  Ficando com as duas ao mesmo tempo?

Não, eu nunca quis ser só sua amiga e acho que sempre deixei isso bem claro. E ainda que existisse essa possibilidade, seria fundamental a confiança, mas você mentiu para mim quando disse que ela era só uma amiga. Será que você realmente sabe o que quer?

Como você acha que eu me sinto ao descobrir que você tem um relacionamento com ela e não comigo? E todo esse tempo que passei esperando você...

Nunca terminei de escrever isso, pois em algum ponto me dei conta de como eu sou patética. Esse cara nunca me fez promessas, nunca fizemos planos pro dia seguinte ou pra semana, mês, ano... Apesar da experiência vivida, não deixei de ser essa pessoa sonhadora, que cria expectativas irreais em cima de promessas e palavras superficiais. Continuo cometendo os mesmos erros, esperando muito de pessoas que têm pouco a oferecer. Algumas pessoas não se comprometem nem com elas mesmas.

quinta-feira, abril 12, 2012

Negativas

Não tenho a resposta que você gostaria de ouvir.
Na verdade, não posso lhe dizer sim.
Não tenho como desculpa a falta de tempo.
Nem mesmo a distância.

Apenas não sinto o mesmo.
O que você espera.
Ou o que você sente.

Não é que eu não goste.
Não é que não queira mais nada.
Mas não quero te iludir.

Algumas vezes imaginei que estariam me esperando.
Outras vezes esperei que viessem ao meu encontro.
Mas não espere por mim.
Nem procure me ver.

Não te quero agora.
Talvez nunca vá querer.
Como você quer.

Não há nada pro futuro.
Amanhã ou depois.
O Não apenas é.

Não fique com um talvez.
Nem com um quem sabe.
Fique com o meu não.
Apenas um não, sem porque.

Não espere por nada.
Não deseje mais.
Apenas deixe calar.
O que já não há.

terça-feira, abril 10, 2012

Um dia eu chego lá...

A fossa foi boa enquanto durou... a inspiração fluiu, mas agora tudo o que restou foram os textos guardados no rascunho, inacabados, impublicáveis, revoltos, angustiados, saudosistas...

Pode ser que um dia os revele, assim como os trechos do antigo "Nem Jesus Salva", mas a maioria são baboseiras inacabadas ou inspirações pouco dilapidadas. 

Voltei a viver o agora, chega de passado, chega de frustrações. Ou que venham novas! 

Estou com uma tendinite fodida no punho, pior que nem ando fazendo aquelas coisas... Só pode ser por meu abuso de jogo (um vício que se revelou não ser tão saudável, no final da conta) e a atividade física, que voltou a fazer parte da minha vida de uma forma bem dolorosa.

Já não me sobra tempo para nada. Disposição? Essa sim, parece que voltou com tudo. A energia ariana está de volta! Tenho disposição de sobra e a estou direcionando aos meus estudos e leituras. 

Como sou distraída, me perdi nos meus calendários e planos de feriados, acabei descobrindo em cima da hora que terei uma prova no próximo domingo, assim, terceiro fim de semana seguido viajando ao Rio. A conta já está no vermelho com tantos livros que compro compulsivamente sem nem ter tempo para ler e com os gastos de passagens e saídas com amigos.

O tempo cada vez mais escasso tem me afastado um pouco dos blogs e da vidinha virtual (a única que eu imaginava ter). Agora estou na "fase monografia da vida" - Parte II. Com os mil trabalhos a prazo da pós, compromissos de escritório, provas, livros, provas, viagens, gripe, tendinite, gastrite, terapia, academia, açaí pra adoçar as tardes e um só objetivo: liberdade.


Inconstante

Era engraçado. Sempre que ia ao médico e me faziam a pergunta "você é sexualmente ativa?", minha resposta era "não", acompanhada de um muxoxo.

Um tempo atrás me perguntei: na atual situação, como responderia a essa questão? Como meu médico vai interpretar uma "vida sexualmente instável"?

Eu sempre achei graça (e tive dó) de pessoas que viviam relacionamentos bizarros. Contudo, agora eu era uma delas!

Vivia um relacionamento estável, sexualmente instável! Era como ter sexo casual no casamento, sem ser infiel... ter um relacionamento aberto ou um típico "amor livre". Fato é que nunca tive nada contra sexo casual. Sou 100% a favor. Gosto da expectativa, da aura de novidade e frio na barriga que cerca as relações de uma noite só. Mas sempre preferi o envolvimento afetivo, a cumplicidade. E eu tive um pouco de tudo.

quinta-feira, abril 05, 2012

Minhas coisinhas sensuais

Dia desses, uma amiga e eu recuperamos textos de um extinto blog, que contava algumas de nossas desventuras. Como estarei na Cidade Maravilhosa neste feriado e provavelmente terei pouco tempo para fazer anotações no blog, resolvi postar uma das histórias, que me traz boas lembranças de um tempo que não volta mais... 

Trocarei aqui os nomes, para preservar a identidade de amigos que hoje possam estar casados ou convertidos. Mas como eu não tenho vergonha nenhuma do meu passado, vou manter o meu exatamente como estava.


terça-feira, 13 de março de 2007

POSTADO POR LIA

O Mundo é realmente pequeno. Pequeno e estranho.

Uma bela terça estava num programa rotineiro de três universitárias vagabundas, estávamos num barzinho... tomando suquinho de abacaxi com amendoim. Chegamos, nos acomodamos em uma mesa ao lado de três rapazes, era a única disponível. Conversa vai, conversa vem... chega o moço que vende amendoim. Sabe aqueles amendoins em cone? Esse mesmo. Daí como gostamos de cair de boca em comida, compramos logo uns 5 cones. Após comer todos os conezinhos brancos... minha companheira leonina entediada quis escrever algo no papel, então pede uma caneta mas recebe um rímel da Michê Michelle, serviu. Ela começa a escrever descrições sexuais... e abre o celular e coloca o número da Michê. Passa o papel a mim, eu rio e complemento, escrevo mais alguns adjetivos e retorno o papel. Brincadeirinha cansou então a Mari joga o papel no chão. Ficamos mais... jogando conversa fora e depois de um tempo partimos.


Cada uma chega à casa quando de repente às 2h da manhã o telefone da Michê Michelle toca. Ela atende:


- Alô.
- Oi, achei um papel no chão com seu nome e seu telefone.

Minha amiga nem se recordava mais do fato e diz para esquecer aquele papel e jogá-lo fora o mais rápido possível.


O rapaz desliga. Mas sabe como é né? Esses homens possuem talento circense e defendem esse talento até o fim. Mais tarde ele retorna a ligação... e conversa com a Michê, alega que não levou em consideração o conteúdo do papel o qual dizia que a Michê gostava de sexo anal, era uma profissional sexual, dentre outras coisas. O cara que ligou para ela era um dos rapazes sentados na mesa ao lado. Ele confessou a minha amiga que perguntou ao garçom se havíamos deixado algum papel para eles. (de onde esse ser tirou isso? Narciso né? Lógico só poderia ser Leonino). Apesar de todos os foras que Michê deu no brutinho... ele passou a ligar para ela toda semana alegando seu interesse quase sobrenatural nela. Interesse de comê-la e conhecê-la a fundo. ai ai O brutinho faz até planos e discursa sobre a possibilidade de namoro entre eles.

A grande ironia dessa historinha é um dos amigos desse músico frustrado leonino.

Ele estava sentado na mesa com dois amigos. Como esse mundo é pequeno... um amigo dele era um cara que uma outra leitora havia dado. Até aí, sem grandes alarmes. Mas o brutinho tem o hábito mórbido de largar a mão na cara dela enquanto trepa. Ela havia em uma terapia grupal nos dito que havia dado a um rapaz que até fodia bem mas quase deslocou a sua mandíbula . Ela reivindicou, pediu que ele não repetisse o ato, afinal não é adepta da prática do sadomasoquismo. Mas não foi suficiente, ele levantou as mãos novamente para um tapinha em potencial no seu rosto... ela segura pelos pulsos e solta: Não, porra! Bem, depois desse dia, nunca mais deu para o brutinho.

Enfim, esses três rapazes almejam sair com nós três para uma possível suruba ou um trio de casais. Como dizem: Sonhar não custa nada, é de graça.


Afinal, como vamos sair com seres nada interessantes, que perguntam ao garçom sobre possíveis guardanapos com recado para os mesmos e não satisfeitos resolvem procurar pelo chão por papéis de amendoim. Ou então como sair com seres que têm o hábito de deslocar mandíbula enquanto metem o pauzinho, ou que sem nunca ter ficado com nenhuma das três moças de família resolve ligar toda semana a uma delas para alugar sobre sua vidinha banal e sobre o futuro inexistente que um dia eles poderiam ter?


Depois dizem que a gente é exigente.
Ai ai...


Merveilleuse - | Coisinhas Sensuais às 17:43:52
comentários {9}

P.S.¹: Tenho muito orgulho do que minhas amigas escrevem, especialmente pela total falta de pudores.
P.S.²: O leonino da história é meu amigo até hoje e provavelmente não conhece este blog.

segunda-feira, abril 02, 2012

Memórias e um bigodinho ridículo


Como uma das muitas coincidências da vida, uma amiga e eu ficamos solteiras na mesmíssima semana e temos acompanhado a recuperação pós-pé-na-bunda uma da outra enquanto nos apoiados mutuamente. Acontece que as coincidências não param por aqui! Nós duas tivemos o coração partido por cancerianos e temos todos os motivos para proclamar guerra a estes que são os seres mais mimados do zodíaco. E como se não bastassem as tristes repetições do destino, os ex sempre reaparecem simultaneamente! Deve ser devido ao trânsito astral... como não acreditar em astrologia sob tais circunstâncias?


Dentre vários diálogos, lembro-me de quando M. e eu tentávamos descobrir uma fórmula mágica para apagar o ex (também conhecido por "falecido" ou "walking dead") da memória. Ela, no auge de sua raiva, só pensava em vingança e desfilava seus vários planos de desforra: 

- Vou colocar o nome dele na macumba;
- Costurar o nome dele na boca de um sapo;
- Ficar com o melhor amigo;
- Contratar alguém para executar planos mais pesados (melhor não comentar os detalhes).

E eu só respondendo: - nãaaaaaa... não me serve. Pensa em outra coisa.

- Eu posso só xingá-lo de vários nomes? Farei isso. Mas então a raiva passava e eu dizia: - M., melhor você gastar sua energia pensando mais em você, redireciona esse "amor" - que agora está sendo desperdiçado - para você mesma. Pense mais em você e cada vez menos nele. Em vez de planejar vinganças, deseje tudo de bom pra ele e planeje o seu "melhor fim de semana dos últimos tempos".

E os planos seguiam... Michelle, a gente tem que ficar com outros. Vários! Se não tem um perfeito, que seja interessante e bonito, fica com um feio legal e com um bonito burro. Cada dia com um. Assim, logo a gente esquece. 

- Essa ideia também não me serve, M. Mas tenho que concordar que meu padrão de exigência me complica. Os poucos homens que me desafiam intelectualmente e me atraem fisicamente, são também os que me rejeitam. Mas sou do tipo que fica só esperando o coração se apaziguar. Me dou um merecido tempo, um retiro das emoções. Nada de pegação, por enquanto, M.!


Mas ela continuava a falar dele, dia após dia. Sofria por ele não lhe dirigir a palavra. Desconfiava e se melindrava com a ideia de ter sido bloqueada ou pior, deletada. Visitava perfis, conspirava contra sua própria sanidade.

E vinha me mostrar uma foto dizendo: olha, ele é quase um anão e ainda por cima está ficando careca! Eu deveria concordar e dizer que ele era uma criatura horrenda, repugnante. Mas eu olhava aquele moreno de olhos verdes, logo eu que adoro um moreno! Como poderia dizer que ele era terrível? - Feio demais, amiga! Esquece ele. Agora você vai namorar um modelo!

- E vamos combinar não falar mais deles? Assim fica mais fácil nos esquecermos né? É melhor você nem me perguntar mais sobre... Tenho uma ideia! Associa o nome dele a algo que você deteste. Pense nos piores defeitos dele e lembre sempre deles. Do jeito de falar que te irrita. Das brincadeiras idiotas. Qualquer coisa. Se você não vê defeitos nele, pense em algo bem nojento, como um iny weeny teeny shriveled little short dick torto e com uma pinta grande e cabeluda bem no meio e dê a essa "coisa" o nome de Bruno. Pode ser uma solução, temos que parar de falar deles e guardar lá no fundo apenas as boas memórias. Sempre que pensar no nome, vai lembrar dessa imagem ridícula.

M.: Ecat! Que nojo! Que horror! Hahaha. Você é louca, Michelle!

Michelle: Mas vai que funciona! Não custa nada tentar.

E então eu tentava aplicar minha própria teoria... que difícil! Eu não tenho um padrão de preferência muito definida de beleza. Sempre consigo achar algo de belo nas pessoas, ou quase sempre. Então tive que pensar em algo que eu não goste. Não que eu ache totalmente detestável, apenas dispensável. São os bigodes! Definitivamente, gosto de homens barbados. Mas quando rola só aquele bigodinho ridículo... Me incomoda. Não sei explicar. Os bigodes do Joaquim da padaria, do Seu Zé da portaria e daquele mancebo que pensa que é homem. Vão rapar logo essa porra!

Então é isso... pra esquecer, vou dar nome aos bigodes. É a minha solução.

P.S.: Liberando o rascunho: Sinestesia

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