segunda-feira, dezembro 10, 2012

Sua loucura combina com a minha

Obrigada por me fazer sentir, mostrar que existo, resisto e persisto.

"Quis fugir quando ganhei colo, quando me senti compreendida, quis fugir quando me peguei sentindo o meu sorriso e a vontade de sorrir. Quis fugir dos beijos, do desejo novo, daquela sensação feliz. Eu quis a felicidade, mas ela não deixou e quando ela foi embora, eu vi que tudo havia mudado. Mas acontece que essa nossa fotografia era bonita mesmo com a mistura das cores. Então entendemos que talvez ela já não conseguisse ser só cor e nem eu só preto e branco."

Fotografia - Carol Bria

Minhas palavras não poderiam traduzir melhor o que estou sentindo agora, por isso usei esse texto da minha querida amiga Carol. Estou feliz, tão feliz que a ansiedade do que está por vir me enche de energia. 

Depois de um ano me virando pelo avesso, finalmente consigo ver as cores, sentir o calor de algo novo chegando. Adoro mudanças e depois de dois anos no mesmo quarto, já é tempo de sair e viver. Como me disse um amigo: "você é grande demais para essa cidade", e realmente é o que sinto. Preciso sair e ver mais do que essas quatro paredes.

Eu criei minhas próprias limitações, me prendendo na minha zona de conforto e quando comecei a ousar sair dela é que as mudanças começaram a acontecer. Foram pequenos passos que alcançaram distâncias cada vez maiores.

Está terminando um ano de primeiras vezes. Muita coisa foi iniciada e também concluída. Não deixei nada inacabado, pois nada é pior do que uma porta entreaberta de incertezas. Agora só preciso aproveitar, sentir o que está por vir e agradecer a quem esteve ao meu lado nesse duro caminho.

"E o que passou, calou
E o que virá, que dirá"

Pra Ser Sincero - Carlinhos Brown e Marisa Monte


"Não importa chegar. Mais vale a ousadia de se perder." - Valéria de Leoni

quarta-feira, outubro 10, 2012

Ônibus

Não sabia ainda o que era. Um misto de desejo e inocência. Bastavam seus joelhos tocarem suavemente, mesmo por cima das roupas, e vislumbrava aquela sensação. As borboletas no estômago. Não ouvia mais o que ela estava dizendo. Só pensava em que estavam tocando um ao outro com os joelhos, os ombros, seus corpos muito próximos. E o seu cabelo tão belo. Tinha um grande desejo de o tocar. Só queria acariciá-lo, sentí-lo. Mas se mantinha imóvel, todo empertigado. E nela estavam seus pensamentos em devaneios. Foi tudo tão imediato, nunca a havia notado desta forma. Há muito se conheciam, mas aquele sentimento era absolutamente inédito. A sensação que o imobilizava. Agora ele notava. E pensava que tudo que ela fazia era delicado e gentil. Até mesmo virar a página de um livro. Levantar-se ou sentar-se, beber ou fumar, tudo isso era uma delícia e ele se deleitava só em observar. Observar e sentir o calor de seus joelhos se tocando, despretensiosamente.




terça-feira, outubro 02, 2012

Silêncios


A gente podia viver em silêncio, num abraço, e ainda assim seria perfeito. A comunicação que existe entre nossos olhares, no entrelaçar de dedos, basta. Podemos falar apenas sobre o tempo, o tempo sempre será o mesmo em nossas conversas de elevador, mas prefiro os olhares mudos, o som da sua respiração, o palpitar apressado quando nossas peles se tocam. Enquanto todo o resto é desencontro. Desencontra-se no tempo. Desencontram-se os gostos. Nem mesmo gostamos de uma mesma música para chamar de nossa. Nossos horários, tão estreitos no descompasso das estações. Tanto tempo sem te ver e quando nos vemos, parece ontem. Parece que foi ontem e se prolonga no tempo. Dura uma eternidade em cada segundo. O elevador demora em cada andar, cada curva do seu corpo, cada inspiração e expiração cadenciada, e eu torço por isso. E então volta o som mudo da distância, do até logo, seu caminhar a passos largos. Deixando um pouco desse olhar pra depois. Deixando a conversa para amanhã.

terça-feira, setembro 25, 2012

Notícias de ontem


Tanta coisa inacabada. Esse é mais um daqueles períodos de queda produtiva. Quem me conhece, sabe. Quando estou bem, a inspiração desaparece. Pelo menos parte dela. A que mais gosto vem daquela dorzinha, das decepções e das expectativas frustradas. E hoje estou aqui para lhes dizer que estou bem. Muito bem, na verdade! Cada dia mais perto de realizar um dos meus sonhos, ou talvez parte dele. Enquanto isso, meus textos continuam nos rascunhos, nos textos do celular, fragmentados. E eu vou tentando cavar um tempinho nos dias cheios pra viajar em pensamentos, pra ler meus livros e, por que não, escrever pedaços da minha história.

terça-feira, maio 22, 2012

A minha verdade

Egoístas e covardes. Algumas pessoas são assim. Os egoístas pensam sempre em si mesmos em primeiro lugar. Falta-lhes empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Os seus problemas são sempre os maiores e mais preocupantes. E isso é tudo o que algumas pessoas carregam dentro de si.

Aos covardes falta a coragem para tomar decisões e assumir erros. Então, adiam suas dúvidas, empurram seus problemas com a barriga esperando que se resolvam sozinhos. Dissimulam o quanto podem, com desculpas, sempre representando o papel de vítimas. E assim, seguem suas vidas sem sentimento de culpa, sem enxergar a si mesmos como verdadeiramente são.


segunda-feira, maio 21, 2012

Sobre o tempo

Pensei ter ouvido sua voz a me chamar, mas não, era apenas meu pensamento voando, num daqueles momentos de distração. Olhava os raios de sol que entravam pelo basculante, suspendendo a leitura de um livro. Era fácil entender porque não dormia e porque eu demoraria tanto tempo para compreender a causa do teu silêncio. Minha vida sempre foi feita de buracos, um congestionamento infernal de incertezas atrás de histórias mal contadas e versos sem prosa. Uma piedade sem fim, carência sem tamanho nas noites sem dormir. Quando você veio, como vento que a gente sente sem querer, eu senti que as horas passavam. Não digo que passavam de uma hora depois da outra, mas passavam por mim. Horas em que senti o piscar dos teus olhos, o seu andar, seu roer de unhas, tudo isso e muito mais em seu tempo, sua fração dentro do meu relógio. Sentia no diminuir das minhas horas as suas de amor. Aprendi com o tempo a medir a felicidade ao contrário, feito cronômetro de embarque. Você chegava e eu ligava o relógio perverso. Doía-me cada sorriso bem dado seu, era menos meia hora da nossa história, quase pedia pra guardar um sorriso pro final. Ou só os sonhos, quem sabe dormir junto, sonhar junto, acho que dormir não contava no meu relógio. A esfuziante forma com que fazia planos de futuro, e até mesmo sua forma de segurar o cigarro descreviam um ritual na minha mente, eram muitas horas de felicidade pra poucos minutos que meu relógio poderia aguentar. Me entreguei, então, completamente, me senti solta entre você e o tempo, anulei de todas as formas os ponteiros e me guiei pelas batidas do meu coração. Não era mais uma virtude de sentimento correspondido que eu supunha estar vivendo, era a forma como eu não dominava meu coração que me fazia suspirar de agonia. Estava numa montanha russa, eu era uma espiral de emoções, sempre erguida em sustos e presságios felizes. Não havia maneira nem lugar pra estar do que onde estava e quando estava. O ar mais leve me fazia flutuar pelos corredores das minhas cenas ensolaradas. Mas as suas virtudes e as pregas do meu sorriso ficaram duras, não conseguia mais sentir minhas mãos nas tuas mãos. Elas suavam. Ouvia um barulho estranho ao longe. Logo depois, os beijos curtos ficaram ainda mais curtos e raros, não sabia explicar, sabia que lembrava disso de outrora, era uma repetição, sabia que havia escrito isso em outra história cheia de promessas, então abri os olhos e a cama bagunçada me causou estranha agonia. Ouvi de novo o barulho alucinante, estaria enlouquecendo? Acordei mais um dia e nem café da manhã tomei, troquei a montanha russa pelo carrossel, achei mais apropriado pro inverno que se formava. Então, comecei a enjoar das voltas, das paradas e das entradas e saídas. Comecei a ficar surda e, às vezes, até muda quando convinha, e comecei a ter muitas limitações sensoriais, cansaços e subtrações incríveis no tempo. Lembrei de onde era o barulho: o celular tocando. Apaguei o lembrete da próxima viagem no calendário. Olhei as horas, ainda era cedo, não havia comprado a passagem para aquele sábado. Voltei a dormir.

sábado, abril 28, 2012

Casa comigo

Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo.
A mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada...
A mais bem comida.
E a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada. 
E a mais festas, viagens, jantares...
Casa comigo que te faço pessoa mais realizada profissionalmente. 
E a mais grávida e a mais mãe.
E a pessoa mais as primeiras discussões.
A pessoa mais novas brigas e as discussões de sempre.
Casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo.
Te faço a pessoa mais solitária com um filho pra criar do mundo. 
A pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas. 
A mais reconstruiu sua vida.
A mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente...
Casa comigo que te faço a pessoa mais “casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo".

Melamed

sexta-feira, abril 27, 2012

Bringin' sexy back


Dia desses resolvi divulgar pra alguns amigos este blog. Não faziam nem ideia que eu escrevia qualquer coisa em algum lugar. Então uns e outros entraram, leram e comentaram.

Ouvi o seguinte questionamento: "porque não escreve sobre sexo? Você fala tanto de sexo mas não escreve sobre isso. Seus textos seriam mais interessantes."

Ok. Desde então tenho pensado sobre isso e realmente não entendo porque nunca consegui ou sequer tentei escrever sobre um assunto que domino tão bem em rodas sociais e conversas despretensiosas entre amigos? Sempre fui boa em redações. Dê-me um tema e escreverei em trinta linhas. Mas... com uma vida sexual tão ativa como a minha, terei que contar histórias alheias e parar com o posts de melancolia depressiva.

Mas outro amigo me alertou sobre a exposição que seria escrever sobre sexo. Disse: "texto sobre sexo tem que ficar na gaveta". Sabem o que respondi? Nem ligo. Poucas vezes me importei com a opinião alheia.

Pois é, socializo falando putaria, sou verborrágica, mas não sei expressar o que falo tão espontaneamente... por escrito. Mas ao menos pensarei no caso e verei se consigo passar meus pensamentos impuros, toda a ruindade que carrego na mente para os posts deste humilde e negligenciado blog.

Creio que nunca chegarei aos pés dos incríveis relatos de minhas amigas do extinto blog "Nem Jesus Salva", mas posso tentar.

quinta-feira, abril 19, 2012

Foi meu eu-lírico virtual

É virtual. É inventado. Tudo o que você conhece foi escrito a duas mãos. Partiu do meu eu-lírico virtual. Na internet todo mundo pode ser o que quiser. Criamos personagens de nós mesmos. Caricatos. Exagerados em qualidades, defeitos e sentimentos. Daí existir tanto drama, tanta alegria efusivamente estampada, tanta força de mártires que protestam virtualmente por seus ideais, praticantes de boas ações no plano bidimensional, expressivos na cadência dos bits. Vidas se passam, amizades verdadeiras se formam, relacionamentos começam e terminam. Aqui você encontra, por vezes, mais diversão que amigos com cerveja, mais apoio que colo de namorada, mais orientação que padre, psicólogo, ou conselho de mãe, mais solução que decisão. Amigos se reúnem para um chat. Nos abrimos com desconhecidos e semi-conhecidos. Superficial, artificial, digital, surreal. A vida segue e se descreve em códigos binários. Zero e um. Traduz tanta coisa. Qualquer coisa. Que coisa! Cores, expressões, movimentos, luz e som. Janelas que se abrem e fecham. Cada um diz o que lhe condiz. Personagens de sua própria história. Aquela que você vive e cria ao mesmo tempo. Tão irreal que chega a ser verossímil! Somos quem podemos ser. Somos o que queremos ser. Enquanto lá fora da tela se vive, aqui se cria. A verdadeira sociedade alternativa, do mundo paralelo virtual. Que vez ou outra se materializa. Deixa o digital e se torna digitável, palpável, tangível... Real?


terça-feira, abril 17, 2012

Semelhantes se atraem

Como as coisas clareiam com o tempo...


Às vezes me sinto uma idiota por me importar tanto com as pessoas. Ficar do lado de alguém que te trata mal, com indiferença ou com menos consideração do que gostaria ou acha que merece, acreditando que ela precisa de você mais do que você precisa dela. Mas continuo a fazer muito pelos outros sem esperar nada além de consideração, respeito, amizade. 

Não canso de ser amiga para todas as horas, de ser pau pra toda obra. Mas sinto falta de alguém com a mesma disposição. Uma pessoa companheira de verdade. Com não poucos, mas muitos gostos em comum. Quem disse que opostos se atraem, errou em algum ponto. Acho que opostos atraem, sim. Atraem curiosidade, mas também atraem a discórdia. E como adoro discordar... Ser do contra é um exercício que pratico diariamente. 

Sim, opostos atraem minha curiosidade. Não só isso... O diferente atrai meu desejo, desperta sentidos... Vejo graça nas diferenças, na falta de jeito, no embaraço, nos defeitos e nas perfeições que não tenho. Mas também acredito que, muitas vezes, as qualidades que vemos no outro, na verdade, são as nossas próprias qualidades. O que acreditamos admirar no outro não passa de projeção. Projetamos o tempo todo nossas próprias qualidades e defeitos. Admirando espelhos de nossa personalidade. Ah como eu me amo! E adoro conhecer pessoas semelhantes, com ideias parecidas com as minhas, para convergir pensamentos.

Semelhantes se atraem.
Semelhantes me atraem.

sábado, abril 14, 2012

Gente feliz me cansa

Observando os últimos livros que andei comprando, comecei a perceber que desenvolvi um gosto por textos autobiográficos. Por mais egocêntricos que estes autores possam ser, é bom identificar alguma coisa naquela vida, naquela história, com a minha própria trajetória, ou quem sabe imaginar como teria sido se eu tivesse passado por tais situações.

Gosto disso, eles escrevem sobre si mesmos, muitas vezes sequer disfarçam trocando nomes de seus personagens, assim como eu aqui escrevo. Mas as pessoas só querem ler coisas positivas, histórias de ficção com final feliz, flores amarelas, corações, vidas em cor de rosa. Por isso esse blog não tem leitores, (fora os amigos que nas minhas fases de maior carência são praticamente forçados a ler e comentar) pois não perco tempo me esforçando para agradar a esse público "Caio F. Abreu" .

Estou muito cansada dessa falta de realidade. Será que essas pessoas são mesmo felizes o tempo todo? Que coisa mais chata essa pregação de positivismo combinada com autoajuda motivacional. Confesso que às vezes preciso ler algo que me faça sorrir e acreditar... acreditar no amor, na felicidade pura e simples, em dias melhores. Mas acredito ainda mais que o melhor vem de mim. Minha felicidade depende muito mais do meu esforço e comprometimento com meus próprios sonhos que com o acaso. Eu faço por mim mesma, eu corro atrás do que me motiva, realiza e torna mais feliz. Sejam amigos, lugares ou momentos.

A riqueza material nunca foi uma motivação, mas não tarde demais me dei conta que ela é necessária para alcançar meu bem maior: a liberdade. Essa independência tão urgente e necessária. Não tardará e conseguirei alcançá-la. Mas até lá, não esperem ver por aqui mensagens de otimismo e fofuras de um amor idealizado. Se o agora é um penoso e árduo caminhar, continuarei a expor essas feridas, e secar o suor nas folhas de papel. E ignorar toda essa avalanche de arco-íris e borboletinhas enjoativas. Eca.

sexta-feira, abril 13, 2012

Mentira tem perna curta

Você precisava mesmo mentir sobre isso, pois deve ter imaginado como eu me sentiria um lixo. Afinal, é com ela que você anda de mãos dadas à luz do dia, é ela que você apresenta aos seus amigos e com quem sai nos finais de semana, enquanto a mim são reservados encontros furtivos.

Uma foto foi o suficiente para ver sua alegria estampada ao lado de outrem. Aquela pessoa à qual você se referiu como "apenas uma amiga".

O que mais dói é perceber que apesar de tudo que você sempre disse procurar numa mulher, você prefere estar com uma garota, com a qual existe um óbvio abismo de distância - seja em termos de idade cronológica e mental, seja a nível cultural - a estar comigo.

Você sempre declarou ver tantas qualidades em mim, mas é com ela que você tem um aparente relacionamento de verdade, ou quase isso. Acredito que ela seja especial, uma boa garota, boa companhia... Mas o que você queria comigo, afinal?  Ficando com as duas ao mesmo tempo?

Não, eu nunca quis ser só sua amiga e acho que sempre deixei isso bem claro. E ainda que existisse essa possibilidade, seria fundamental a confiança, mas você mentiu para mim quando disse que ela era só uma amiga. Será que você realmente sabe o que quer?

Como você acha que eu me sinto ao descobrir que você tem um relacionamento com ela e não comigo? E todo esse tempo que passei esperando você...

Nunca terminei de escrever isso, pois em algum ponto me dei conta de como eu sou patética. Esse cara nunca me fez promessas, nunca fizemos planos pro dia seguinte ou pra semana, mês, ano... Apesar da experiência vivida, não deixei de ser essa pessoa sonhadora, que cria expectativas irreais em cima de promessas e palavras superficiais. Continuo cometendo os mesmos erros, esperando muito de pessoas que têm pouco a oferecer. Algumas pessoas não se comprometem nem com elas mesmas.

quinta-feira, abril 12, 2012

Negativas

Não tenho a resposta que você gostaria de ouvir.
Na verdade, não posso lhe dizer sim.
Não tenho como desculpa a falta de tempo.
Nem mesmo a distância.

Apenas não sinto o mesmo.
O que você espera.
Ou o que você sente.

Não é que eu não goste.
Não é que não queira mais nada.
Mas não quero te iludir.

Algumas vezes imaginei que estariam me esperando.
Outras vezes esperei que viessem ao meu encontro.
Mas não espere por mim.
Nem procure me ver.

Não te quero agora.
Talvez nunca vá querer.
Como você quer.

Não há nada pro futuro.
Amanhã ou depois.
O Não apenas é.

Não fique com um talvez.
Nem com um quem sabe.
Fique com o meu não.
Apenas um não, sem porque.

Não espere por nada.
Não deseje mais.
Apenas deixe calar.
O que já não há.

terça-feira, abril 10, 2012

Um dia eu chego lá...

A fossa foi boa enquanto durou... a inspiração fluiu, mas agora tudo o que restou foram os textos guardados no rascunho, inacabados, impublicáveis, revoltos, angustiados, saudosistas...

Pode ser que um dia os revele, assim como os trechos do antigo "Nem Jesus Salva", mas a maioria são baboseiras inacabadas ou inspirações pouco dilapidadas. 

Voltei a viver o agora, chega de passado, chega de frustrações. Ou que venham novas! 

Estou com uma tendinite fodida no punho, pior que nem ando fazendo aquelas coisas... Só pode ser por meu abuso de jogo (um vício que se revelou não ser tão saudável, no final da conta) e a atividade física, que voltou a fazer parte da minha vida de uma forma bem dolorosa.

Já não me sobra tempo para nada. Disposição? Essa sim, parece que voltou com tudo. A energia ariana está de volta! Tenho disposição de sobra e a estou direcionando aos meus estudos e leituras. 

Como sou distraída, me perdi nos meus calendários e planos de feriados, acabei descobrindo em cima da hora que terei uma prova no próximo domingo, assim, terceiro fim de semana seguido viajando ao Rio. A conta já está no vermelho com tantos livros que compro compulsivamente sem nem ter tempo para ler e com os gastos de passagens e saídas com amigos.

O tempo cada vez mais escasso tem me afastado um pouco dos blogs e da vidinha virtual (a única que eu imaginava ter). Agora estou na "fase monografia da vida" - Parte II. Com os mil trabalhos a prazo da pós, compromissos de escritório, provas, livros, provas, viagens, gripe, tendinite, gastrite, terapia, academia, açaí pra adoçar as tardes e um só objetivo: liberdade.


Inconstante

Era engraçado. Sempre que ia ao médico e me faziam a pergunta "você é sexualmente ativa?", minha resposta era "não", acompanhada de um muxoxo.

Um tempo atrás me perguntei: na atual situação, como responderia a essa questão? Como meu médico vai interpretar uma "vida sexualmente instável"?

Eu sempre achei graça (e tive dó) de pessoas que viviam relacionamentos bizarros. Contudo, agora eu era uma delas!

Vivia um relacionamento estável, sexualmente instável! Era como ter sexo casual no casamento, sem ser infiel... ter um relacionamento aberto ou um típico "amor livre". Fato é que nunca tive nada contra sexo casual. Sou 100% a favor. Gosto da expectativa, da aura de novidade e frio na barriga que cerca as relações de uma noite só. Mas sempre preferi o envolvimento afetivo, a cumplicidade. E eu tive um pouco de tudo.

quinta-feira, abril 05, 2012

Minhas coisinhas sensuais

Dia desses, uma amiga e eu recuperamos textos de um extinto blog, que contava algumas de nossas desventuras. Como estarei na Cidade Maravilhosa neste feriado e provavelmente terei pouco tempo para fazer anotações no blog, resolvi postar uma das histórias, que me traz boas lembranças de um tempo que não volta mais... 

Trocarei aqui os nomes, para preservar a identidade de amigos que hoje possam estar casados ou convertidos. Mas como eu não tenho vergonha nenhuma do meu passado, vou manter o meu exatamente como estava.


terça-feira, 13 de março de 2007

POSTADO POR LIA

O Mundo é realmente pequeno. Pequeno e estranho.

Uma bela terça estava num programa rotineiro de três universitárias vagabundas, estávamos num barzinho... tomando suquinho de abacaxi com amendoim. Chegamos, nos acomodamos em uma mesa ao lado de três rapazes, era a única disponível. Conversa vai, conversa vem... chega o moço que vende amendoim. Sabe aqueles amendoins em cone? Esse mesmo. Daí como gostamos de cair de boca em comida, compramos logo uns 5 cones. Após comer todos os conezinhos brancos... minha companheira leonina entediada quis escrever algo no papel, então pede uma caneta mas recebe um rímel da Michê Michelle, serviu. Ela começa a escrever descrições sexuais... e abre o celular e coloca o número da Michê. Passa o papel a mim, eu rio e complemento, escrevo mais alguns adjetivos e retorno o papel. Brincadeirinha cansou então a Mari joga o papel no chão. Ficamos mais... jogando conversa fora e depois de um tempo partimos.


Cada uma chega à casa quando de repente às 2h da manhã o telefone da Michê Michelle toca. Ela atende:


- Alô.
- Oi, achei um papel no chão com seu nome e seu telefone.

Minha amiga nem se recordava mais do fato e diz para esquecer aquele papel e jogá-lo fora o mais rápido possível.


O rapaz desliga. Mas sabe como é né? Esses homens possuem talento circense e defendem esse talento até o fim. Mais tarde ele retorna a ligação... e conversa com a Michê, alega que não levou em consideração o conteúdo do papel o qual dizia que a Michê gostava de sexo anal, era uma profissional sexual, dentre outras coisas. O cara que ligou para ela era um dos rapazes sentados na mesa ao lado. Ele confessou a minha amiga que perguntou ao garçom se havíamos deixado algum papel para eles. (de onde esse ser tirou isso? Narciso né? Lógico só poderia ser Leonino). Apesar de todos os foras que Michê deu no brutinho... ele passou a ligar para ela toda semana alegando seu interesse quase sobrenatural nela. Interesse de comê-la e conhecê-la a fundo. ai ai O brutinho faz até planos e discursa sobre a possibilidade de namoro entre eles.

A grande ironia dessa historinha é um dos amigos desse músico frustrado leonino.

Ele estava sentado na mesa com dois amigos. Como esse mundo é pequeno... um amigo dele era um cara que uma outra leitora havia dado. Até aí, sem grandes alarmes. Mas o brutinho tem o hábito mórbido de largar a mão na cara dela enquanto trepa. Ela havia em uma terapia grupal nos dito que havia dado a um rapaz que até fodia bem mas quase deslocou a sua mandíbula . Ela reivindicou, pediu que ele não repetisse o ato, afinal não é adepta da prática do sadomasoquismo. Mas não foi suficiente, ele levantou as mãos novamente para um tapinha em potencial no seu rosto... ela segura pelos pulsos e solta: Não, porra! Bem, depois desse dia, nunca mais deu para o brutinho.

Enfim, esses três rapazes almejam sair com nós três para uma possível suruba ou um trio de casais. Como dizem: Sonhar não custa nada, é de graça.


Afinal, como vamos sair com seres nada interessantes, que perguntam ao garçom sobre possíveis guardanapos com recado para os mesmos e não satisfeitos resolvem procurar pelo chão por papéis de amendoim. Ou então como sair com seres que têm o hábito de deslocar mandíbula enquanto metem o pauzinho, ou que sem nunca ter ficado com nenhuma das três moças de família resolve ligar toda semana a uma delas para alugar sobre sua vidinha banal e sobre o futuro inexistente que um dia eles poderiam ter?


Depois dizem que a gente é exigente.
Ai ai...


Merveilleuse - | Coisinhas Sensuais às 17:43:52
comentários {9}

P.S.¹: Tenho muito orgulho do que minhas amigas escrevem, especialmente pela total falta de pudores.
P.S.²: O leonino da história é meu amigo até hoje e provavelmente não conhece este blog.

segunda-feira, abril 02, 2012

Memórias e um bigodinho ridículo


Como uma das muitas coincidências da vida, uma amiga e eu ficamos solteiras na mesmíssima semana e temos acompanhado a recuperação pós-pé-na-bunda uma da outra enquanto nos apoiados mutuamente. Acontece que as coincidências não param por aqui! Nós duas tivemos o coração partido por cancerianos e temos todos os motivos para proclamar guerra a estes que são os seres mais mimados do zodíaco. E como se não bastassem as tristes repetições do destino, os ex sempre reaparecem simultaneamente! Deve ser devido ao trânsito astral... como não acreditar em astrologia sob tais circunstâncias?


Dentre vários diálogos, lembro-me de quando M. e eu tentávamos descobrir uma fórmula mágica para apagar o ex (também conhecido por "falecido" ou "walking dead") da memória. Ela, no auge de sua raiva, só pensava em vingança e desfilava seus vários planos de desforra: 

- Vou colocar o nome dele na macumba;
- Costurar o nome dele na boca de um sapo;
- Ficar com o melhor amigo;
- Contratar alguém para executar planos mais pesados (melhor não comentar os detalhes).

E eu só respondendo: - nãaaaaaa... não me serve. Pensa em outra coisa.

- Eu posso só xingá-lo de vários nomes? Farei isso. Mas então a raiva passava e eu dizia: - M., melhor você gastar sua energia pensando mais em você, redireciona esse "amor" - que agora está sendo desperdiçado - para você mesma. Pense mais em você e cada vez menos nele. Em vez de planejar vinganças, deseje tudo de bom pra ele e planeje o seu "melhor fim de semana dos últimos tempos".

E os planos seguiam... Michelle, a gente tem que ficar com outros. Vários! Se não tem um perfeito, que seja interessante e bonito, fica com um feio legal e com um bonito burro. Cada dia com um. Assim, logo a gente esquece. 

- Essa ideia também não me serve, M. Mas tenho que concordar que meu padrão de exigência me complica. Os poucos homens que me desafiam intelectualmente e me atraem fisicamente, são também os que me rejeitam. Mas sou do tipo que fica só esperando o coração se apaziguar. Me dou um merecido tempo, um retiro das emoções. Nada de pegação, por enquanto, M.!


Mas ela continuava a falar dele, dia após dia. Sofria por ele não lhe dirigir a palavra. Desconfiava e se melindrava com a ideia de ter sido bloqueada ou pior, deletada. Visitava perfis, conspirava contra sua própria sanidade.

E vinha me mostrar uma foto dizendo: olha, ele é quase um anão e ainda por cima está ficando careca! Eu deveria concordar e dizer que ele era uma criatura horrenda, repugnante. Mas eu olhava aquele moreno de olhos verdes, logo eu que adoro um moreno! Como poderia dizer que ele era terrível? - Feio demais, amiga! Esquece ele. Agora você vai namorar um modelo!

- E vamos combinar não falar mais deles? Assim fica mais fácil nos esquecermos né? É melhor você nem me perguntar mais sobre... Tenho uma ideia! Associa o nome dele a algo que você deteste. Pense nos piores defeitos dele e lembre sempre deles. Do jeito de falar que te irrita. Das brincadeiras idiotas. Qualquer coisa. Se você não vê defeitos nele, pense em algo bem nojento, como um iny weeny teeny shriveled little short dick torto e com uma pinta grande e cabeluda bem no meio e dê a essa "coisa" o nome de Bruno. Pode ser uma solução, temos que parar de falar deles e guardar lá no fundo apenas as boas memórias. Sempre que pensar no nome, vai lembrar dessa imagem ridícula.

M.: Ecat! Que nojo! Que horror! Hahaha. Você é louca, Michelle!

Michelle: Mas vai que funciona! Não custa nada tentar.

E então eu tentava aplicar minha própria teoria... que difícil! Eu não tenho um padrão de preferência muito definida de beleza. Sempre consigo achar algo de belo nas pessoas, ou quase sempre. Então tive que pensar em algo que eu não goste. Não que eu ache totalmente detestável, apenas dispensável. São os bigodes! Definitivamente, gosto de homens barbados. Mas quando rola só aquele bigodinho ridículo... Me incomoda. Não sei explicar. Os bigodes do Joaquim da padaria, do Seu Zé da portaria e daquele mancebo que pensa que é homem. Vão rapar logo essa porra!

Então é isso... pra esquecer, vou dar nome aos bigodes. É a minha solução.

P.S.: Liberando o rascunho: Sinestesia

quinta-feira, março 29, 2012

O retorno de Saturno


Eu adoro comemorar meu aniversário. Sempre foi uma das minhas datas preferidas do ano. Adoro receber os amigos, aquela atenção especial, festa, dança, bagunça, casa cheia, presentes, apesar de nem sempre aceitar bem o que isso simboliza: mais um ano de vida, o avanço irrevogável do tempo.

Mas neste ano, ao que tudo indica, passarei essa data solitária, sem qualquer celebração. Não estou numa fase muito boa, além de toda a conspiração astral e crise dos 30... em que vejo todos os meus amigos de infância curtindo filhos, casamentos, realização profissional, viagens de sonho... tudo leva a crer que mesmo sem estar na TPM, vou "curtir" um belo resquício da fossa em que estive nos últimos dois meses. 

O retorno de saturno se completa e meus 30 anos chegam em meio a pior crise que já tive... Sempre soube que seria um período de grandes transformações, o que até aqui, não está sendo nada fácil. Vivo em constante e aterradora solidão, com muitas dúvidas sobre que caminho seguir, sem saber sequer por onde começar. Minha vida se resume a estudos, trabalho e reclusão.

Ganhei um mapa astral de presente, com destaque para as seguintes informações, conforme pude compreender: meu retorno de saturno está situado na identidade, ou seja, os últimos 2 anos foram de mudanças reais de personalidade, identidade, o que deverá se concluir agora, ao fim dos 30 anos. Mas isso pode não ser algo definitivo, pois contraditoriamente, mudo muito de jeito, me transformo na identidade, pois ela está em libra. Juntando-se a isso tudo o sol em áries, ascendente em virgem e lua em gêmeos... quem sabe a louca que serei no futuro?

Vinte e Nove
Legião Urbana


Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)


A sensação de não ter feito nada na vida - nenhuma realização concreta, não ter estabilidade financeira ou sequer um relacionamento, planos e sonhos não concretizados, e metade de uma vida se esvaindo - é perturbadora.

Me sinto frustrada. Com uma sensação de vazio, de não saber mais qual meu objetivo de vida. Afinal, cheguei até aqui, mas aonde mesmo eu deveria estar? Com certeza não fazia parte dos meus planos estar vivendo com minha mãe aos 30 anos, ganhando um salário mínimo, solteira, com 6 gatos (adoro clichês), num emprego que não me satisfaz, numa cidade que eu simplesmente desprezo, completamente isolada e distante dos meus amigos, com mais obrigações do que as horas do dia possibilitam uma pessoa viver.

Já ouvi de muitas pessoas que não consigo ver o lado positivo das coisas. Realmente, perdi essa capacidade faz tempo. Não tem livro de autoajuda, música motivacional, stand up comedy que melhorem meu humor. Estou triste, tristinha e o máximo que posso fazer é sentir pena de mim mesma e, quem sabe daí, tirar um pouco de ironia e começar, enfim, a rir de mim mesma.

Transcrevo aqui (na íntegra, que é pra não esquecer uma vírgula deste texto brilhante) o post de uma amiga que me inspira diariamente nesse sentido:


Dia "D" depressão.
Hoje foi um daqueles dias em que eu nem precisava acordar. Um dia daqueles a ser pulado, sabe? Banido da memória! Levantei e peguei a primeira roupa que vi na frente, escovei os dentes com muito esforço e me escondi atrás dos óculos, isso como de costume.
Olhei no espelho e senti uma vontade louca de me jogar pela janela do meu apartamento, mas lembrei que morava no primeiro andar, seria ridículo. Além disso, mesmo que eu morasse no décimo, jamais teria coragem.Sou vaidosa demais pra acabar com a minha própria vida, acho desperdício.
Fui trabalhar ao som de Radiohead, ouvi o suficiente pra  chegar  querendo cortar os pulsos e em seguida senti uma preguiça enorme de  tanta depressão. Achei graça.

A pressão de completar 30 anos é grande, pois dizem que chegar a essa fase da vida é também sinal de maturidade (?), responsabilidades (??) e independência (???). Ok. Melhor pararmos por aqui. Talvez eu esteja ficando paranoica com essa crise de meia idade, ou talvez eu tenha idade mental de 17 anos, ou a que minha aparência permitir. É isso, vou começar a mentir a idade, talvez me dê 20 ou 21. Definitivamente não tenho a tão sonhada independência, muitas vezes duvido do nível da minha maturidade e responsabilidades? Sim, acho que responsável eu sou... quando quero.

Tenho a sensação de que não aproveitei o bastante meus 30 anos. Nunca tomei um porre, não fui irresponsável o suficiente, não tive muitos amores, não conheci ou vivi muitas experiências e aventuras. Será que meu destino é desenvolver uma "síndrome de Peter Pan"? Não deve ser tão ruim... comecei pintando o cabelo numa cor bem infanto-juvenil e despeço-me agora, BALZAQUIANA.

Beijos.

quarta-feira, março 28, 2012

Pequenos protestos do dia-a-dia


Essa semana comecei minha terapia. Não tenho uma opinião formada, nem sei se isso vai me ajudar de alguma forma, mas a primeira impressão é que meus problemas não são tão grandes quanto eu imaginava. 

Em certo momento cheguei a rir por dentro ao ouvir um "não vale a pena mesmo" sobre determinado assunto. 

Meu primeiro problema identificado, que eu mesma nunca percebi ou reconheci, é com "autoridades". Isso explica porque sempre bato de frente com as pessoas, sou do contra, defendo meus pontos de vista com agressividade e faço meus "pequenos protestos do dia-a-dia" virarem verdadeiros dramas.

Tive que concordar. Afinal, sempre afirmei que submissão só de quatro e entre quatro paredes.

Nasci para mandar: fato. Veremos como serão as próximas sessões...

Outra novidade desta semana (uau, aí está uma palavra que não aparecia em meu vocabulário há muito tempo!) é que estou realmente motivada a fazer uma atividade física. Se antes eu apenas pensava em fazer capoeira, agora tenho certeza que farei a partir da semana que vem. É o "projeto verão 2013" começando. Talvez faça também umas aulas de localizada que descobri que rolam fora da academia. 

Notei que tenho mania de usar aspas, preciso parar com isso. Também não sei manter o nexo do início ao fim do post. Foda-se o nexo.

Odeio musculação. Odeio tanto que estou disposta a pagar o dobro do valor da academia para ter uma atividade mais prazerosa. Vamos que vamos! Recuperar meus 3kg em massa muscular, será que eu consigo? 


segunda-feira, março 26, 2012

A inspiração que não vem, vai

Minhas deficiências e problemas existenciais não são uma completa inutilidade. Pelo contrário, têm até servido de inspiração para algumas pessoas, ou pode-se chamar de exemplo, aprendizado...

Uma amiga escreveu em seu blog um texto que tem um pouco da Michelle aqui e, como não poderia deixar de ser, muito dela  mesma. Segue o link do post: Ciúmes x Ego

Essa semana começou pesada. Depois do trabalho, voltou a bater uma tristeza e, como sempre, o estômago ficou logo atacado. Me forcei a dormir sem ter sono, só pra esquecer. Consegui relaxar um pouco, embora não tenha avançado nada num exercício de meditação. Caminhei pela cidade por alguns minutos e voltei. 

Amanhã é meu primeiro dia de terapia, espero que seja uma boa profissional. Péssimo não ter referências, mas fazer o quê? Que ela não piore a minha situação. 

No final das contas, hoje foi mais um dia perdido. Meu plano era ter um dia de "mulherzinha", mas desanimei com minha mente cavando lembranças e questões sem respostas. Não arrumei nada, não estudei nada, e escrever não têm sido realmente algo de que me orgulhe, pois não tenho nada de bom para contar. 

Assim começa a semana do meu aniversário, meus 30 anos... o pior ano da minha vida. Sinto falta dos anos ímpares. Uma amiga costumava dizer que a vida é ímpar, o mundo é ímpar, as pessoas são ímpares, algo por aí. Ok, posso me arrepender de ter dito isso futuramente (sobre este ser o pior ano da minha vida), pois as coisas sempre podem piorar. Mas meu desejo é que um pouco de alegria me encontre, talvez eu reencontre alguns novos amigos (a gente sempre ganha alguma coisa em troca do que perdemos) e que meu aniversário não seja de todo mal.
"Fim da tempestade
O sol nascerá"
Cartola

P.S.: Finalmente incluí algum conteúdo na página "sobre", que será novamente atualizada tão logo eu encontre antigas imagens do blog ou mude de ideia.

sexta-feira, março 23, 2012

Mais do mesmo

Preciso de terapia URGENTE. Sempre precisei e essa não é uma constatação recente. Talvez esse blog não dê conta do recado... Algumas pessoas ficariam aliviadas por não terem mais que ouvir as minhas lamúrias e lamentações. Sobraria apenas o meu lado mais leve e meu senso de humor rude. Mas o que carrego dentro de mim é deveras pesado. Sequer posso revelar tudo o que me assombra nas noites que passo em claro. E além do mais, não há garantias. Pela minha constante necessidade de atenção, poderia continuar a falar minhas frases vazias sem ter fim...

segunda-feira, março 19, 2012

No fundo do poço é que me banho


Não posso saber, não devo, não quero, e se um dia eu perguntar sobre isso é porque não tenho pleno controle sobre o que penso, escrevo ou falo.

Queria não sentir nada disso, na verdade, me sinto uma idiota, grande idiota por me importar, por realmente me preocupar e ainda externar isso.

Não sou nenhuma criança, mas ainda preciso de ajuda. Me percebi incapaz de sair dessa sozinha. Jogue uma corda, por favor! Não quero mais me enforcar, quero apenas sair daqui. 

Estou lutando contra mim mesma, mais uma vez. Contra minhas fraquezas, meu coração mole, minha sensibilidade exacerbada. Continuo fazendo tudo para chamar sua atenção. Mas você não enxerga, não é mesmo? Não adianta me ver no chão, chorando, enfraquecendo a cada dia. Continua a pisar e tripudiar sobre minha cabeça.

Então procurar ajuda é jogar dinheiro fora? Pode mandar preparar uma caixa de papelão pro meu enterro, minha vida não vale nada mesmo.

Mas vou continuar e, mais uma vez, sairei dessa. Um dia estas linhas contarão boas novas...



quarta-feira, março 14, 2012

O último dia da minha vida

Esse dia já começou estranho. Uma tristeza cheia de sentidos. Sim, como posso dizer que não faz sentido se tudo está fora do lugar? Não estou na minha casa e sequer tenho um lugar para onde voltar. Não suporto mais a pressão de ser obrigada a me manter num emprego cuja motivação que eu sentia no começo, não existe mais. Quero largar tudo e recomeçar. Não paro de chorar desde cedo. Já tive os piores pensamentos. Quase peguei uma faca para dar vazão a eles. Mas estou tentando acreditar que isso não passa de uma TPM e que esse sentimento de derrota e impotência logo vai passar. Nada é como eu imaginava que seria. Como sinto falta de ter meus amigos por perto. De frequentar os lugares de que gosto. Da minha rotina. Das minhas coisas nos lugares certos. De viver e me divertir. Sinto falta de ser feliz.

terça-feira, março 13, 2012

Breve momento de consciência


"Compreendi que estava em face de alguém cuja simples personalidade era tão fascinante que, se eu me abandonasse, ela me absorveria inteiramente. " Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray


Contemplava a mim mesma, como se estivesse fora do meu corpo. Perdida em mim. Teria sido mais fácil passar por um daqueles episódios de ausência da realidade, quando negava minha existência, saindo de mim e assumindo uma nova personalidade. Mas não. Eu estou aqui e me dou conta de quem sou, ou melhor, de quem um dia fui. Pois aqui dentro jaz, perdida na imensidão de pensamentos, uma consciência prostrada, pequena, tímida.

Preciso me encontrar, cantava Cartola. Preciso me encontrar e crescer dentro deste corpo. Renascer qual fênix. Me aceitar e reconhecer. Conheço bem a realidade que me cerca e preciso reaprender a vivê-la. Talvez mais leve. Dos pés à cabeça. De dentro pra fora. Recobrando os sentidos. Despertando dos sonhos. Tentando esquecer o inesquecível.

segunda-feira, março 12, 2012

Sinestesia

A dor dá lugar à raiva. Mas ela volta, vez ou outra. Ainda assim a vontade é de atirar pedras, ferir como possível for. O que antes era poesia virou prosa. A metamorfose não para de acontecer. É o meu sol que não mais me toca. Num segundo, tudo se transforma. Tristezas num instante. Noutro, incertezas. Já não tenho raiva, mas saudade. Não tenho saudade, mas memórias. Não tenho memórias, mas visões de lembranças do que não vivi, tão ardentes que desafiam a realidade. Sinto o calor das suas cores, o gosto do seu sorriso, o perfume da sua voz e o toque do seu suor aguçando os sentidos. Agora, só te quero bem. Mas não mais do mesmo. Próximo, por favor.

quinta-feira, março 08, 2012

Coração aberto



Nunca tive vergonha de expor minhas fraquezas e medos, de demonstrar meus sentimentos e opiniões. Não tenho receio de me expor. Sou assim, despudorada. Choro em público, falo da minha dor aos quatro cantos, tenho surtos de grosseria e também canto minhas vitórias.

Mas as pessoas me alertam: você está se expondo demais! Vai inflar o ego de quem não merece. Mas querem saber o que penso? Não me importo com isso. Faço o que me convém, o que me faz sentir mais leve. Se além de fazer o bem por mim mesma estiver fazendo por outrem, tanto melhor! 

Assim eu sigo meu caminho. Do meu jeito. Errando, tropeçando, levantando, rindo, chorando, falando mais do que devia, por vezes magoando ou sendo magoada. Para esquecer um pouco da realidade, fico sonhando acordada. Imaginando o que poderia ter sido. Lembrando o que foi bom e aceitando o que estava fora do meu controle mudar.

Aceito que eu mesma sou responsável pelo que me atinge e como me deixo afetar por tudo aquilo que não sai exatamente como eu gostaria. Queria poder controlar tudo, mas não possuo tal poder. Ainda assim, acabo muitas vezes perdendo o controle e mando pra pqp tudo e todos que me fizeram algum mal, pois não sou rocha. Mesmo que depois eu me arrependa de cada palavra mal dita.

sábado, março 03, 2012

Inferno astral



Como disse Hank, alterego de Bukowski: "ficção é a vida melhorada". Estou precisada de um pouco mais de ficção em minha vida.

Pura melancolia. Meu drama inventado. Será que tudo isso faz parte do meu inferno astral? Acho tudo tão estranho... O tempo se arrastando, pessoas rindo de qualquer coisa e eu não vejo graça em mais nada.

Meus 30 anos se aproximam. Um marco cronológico de grande significado para alguns. Mas não fiz nem uma pequena parcela do que diziam aquelas listas de "coisas que devemos fazer antes dos 30". Sequer um porre, algo tão banal, eu tomei!

Dizem que devemos fazer antes dos 30 algumas coisas que seriam ridículas a certa altura da vida. Não, pensando bem, eu nunca fui grande seguidora de padrões sociais. Se um dia quiser, por exemplo, vestir-me como uma pré-adolescente e for criticada por isso, no alto dos meus quase 30 anos, não me sentirei ofendida com isso. Na verdade estou pouco me lixando para o que pensam das minhas atitudes pouco adequadas à minha idade! Sou imatura até, nunca neguei. Fui criada a leite com pêra. Não fui mimada, mas superprotegida. Agora sofro as consequências com minha ingenuidade e inexperiência de vida. Mas venha o que vier, encararei esses 30 anos de frente. 

Já posso prever aquela crise existencial, semelhante a dos meus vinte e poucos anos (24 ou 25? não lembro mais). Com muitas lágrimas e solidão. Algo a que já estou bem habituada...

quinta-feira, março 01, 2012

Indefinido


No caminho em que me perdi
Tentando te encontrar
Nada está no lugar
Mas parece melhor assim.

Numa viagem insólita
A distância de um sonho
Do que era tão certo
Malas prontas sem um ponto.

Como na morte de alguém querido
Ficou também o vazio
Memórias das doces palavras
E lágrimas de um tempo bandido.

Sonhos e planos terão novos personagens.
Meus dramas, um novo vilão.
A carta salgada não precisa mais seguir.
Os dias lentos não precisam mais correr.
E a vida pede uma nova razão.


segunda-feira, fevereiro 27, 2012

No divã

Incrível como um simples celular mudou minha vida!! Agora todo meu ócio é produtivo. Na falta do que fazer, pego o aparelhinho e escrevo. Afinal, minha mente não anda tão vazia quanto eu imaginava!

Tenho alguns pequenos textos publicáveis e outros nem tanto. Aquelas cartas que a gente escreve e guarda pra sempre, sem nunca chegar ao destinatário, também estão lá.

Sempre tive esse blog como uma forma de terapia. A quem quero enganar? Também fazia bem ao ego, naquela época em que os blogs disputavam prêmios por melhor design, conteúdo ou número de visitante e comentários. Também tive meus momentos de glória. Mas hoje ele é só isso: um diário de pensamentos, um registro do que tenho vontade de publicar ou apenas salvar aqui nos rascunhos.

Mas o melhor mesmo é tê-lo como terapia, pois é especialmente nos piores momentos que tenho esse "apoio" que ninguém mais pode me dar. Se eu estiver prestes a me atirar do quinto andar (lá do prédio do meu pai equivale a uns 20 metros, morre fácil) esse blog será o primeiro a saber.

Mas o momento é de otimismo. Quando a gente chega ao fundo do poço, o que nos resta é subir!

Hoje foi um dia tranquilo nos dois "empregos". Foi dia de desabafo também, por isso não sobrou muito pra falar aqui. Mas posso repetir que a qualquer momento estarei largando um dos meus trabalhos. É viver pela merreca ou recuperar a minha saúde e sanidade. Estou surtandoooo!!! Me olho no espelho e não me reconheço. Nunca estive tão apática e magra. Meus amigos do Rio, que não me viam há algum tempo, pareciam realmente preocupados.

É um problema ter essa tendência pros distúrbios alimentares, combinado com a genética favorável e o metabolismo acelerado. Junta-se a isso o estresse, a fome desaparece, vem a gastrite e... pá! Pelo menos minha ansiedade por roer unhas está sob controle! Tenho que descontar em alguma outra coisa. Mas o que? O que? Sei lá. Pior que não ter fome é ter o seu desejo de comer geleia de mocotó frustrado ao abrir uma geleia estragada =/ 

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Coleção



Ele me manda beijos à distância! Eu fico tão encabulada quando isso acontece, mas adoro.
Fico sem saber o que fazer. Jogo de volta? Pego seus beijos no ar?
Tenho medo que eles se desfaçam muito depressa ou que se percam numa brisa no caminho.
Então eu prefiro guardá-los. Pego o mais rápido que posso e guardo, escondo.
Coleciono aqueles beijos soltos, voadores, carinhosos e atrevidos, que sempre me pegam de surpresa.
E eu, de forma desajeitada, vou recolhendo e guardando, um a um, pendurando no pescoço, amassando nos bolsos, retribuindo num sorriso tímido.

domingo, janeiro 29, 2012

Estou aqui de passagem...

"Hj o dia começa agitado: facul, ONG, basquete, socialzinha, centro espírita e salão de beleuza???

Amanhã: facul e festinha ou Lapa (ou ambas)!

Sábado: ONG, treino Barra Flames e alguma boa... mas qual???

Domingo: Dormir, acordar, chá de panela e dormir... ZZZzzzzzzzzz..."



Estava revendo e relendo textos e fotos antigos, apagando alguns, salvando outros. Algo que faço com certa frequência. Rever fotos, reler textos... Será que vivo muito no passado? Ou é só saudade de um tempo bom?

Como era bom ter o que fazer e não ocupar meus pensamentos com preocupações e devaneios improdutivos. Como era bom poder pegar minha bicicleta e pedalar até a casa de uma boa amiga para conversar sobre tudo e sobre nada.

O isolamento em que vivo, as obrigações e cobranças, só me estressam, enlouquecem e deprimem com tamanho vazio. Sinto não ter o que dizer mais às pessoas. Agora sei o que é "não ter vida". Antes eu reclamava das férias, sempre tão aborrecidas pela falta do que fazer. Agora contamino virtualmente as pessoas com o meu tédio. Sim, as pobres almas que me dão forças pra tocar essa vidinha medíocre, aturam meus lamentos, já anestesiados.

Verdade que nada tenho para lamentar, sou feliz, tenho tudo o que quero: amor, amigos, saúde, risos e, vez ou outra, alguns pesadelos para manter uma certa dose de adrenalina correndo nas veias. Mas sinto um vazio, como se estivesse distante da minha própria realidade, vivendo uma vida que não é a minha, perdida no mundo... Mas um dia eu pego minha bicicleta e procuro o caminho de volta.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

A dor de existir



Mais uma vez essa tristeza vem e me atravessa sem pedir licença.
Faz tanto frio aqui dentro, que tudo o que tenho são punhos cerrados e pedras para atirar.
Acordo agora numa sala vazia. Os livros desordenados nas caixas abertas de papelão.
Um arrepio sobe a espinha e foge pelas pontas dos dedos.
O sentimento de culpa corrosiva perdura questionando o porquê.
Qual o motivo dessa infelicidade?
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